AVÓS, Uma Graça Deus

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(Eu e minha Vozinha)
No dia 26 de julho, comemora-se o dia dos Avós, momento em que a Igreja celebra o dia de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus.
Decorridos mais de dois mil anos, a presença da família nunca se fez tão importante como nos nossos tempos.
A educação promovida no seio familiar é a grande responsável pela construção de relacionamentos sólidos, não somente entre os membros de uma família, mas com cada um daqueles que dela se aproxima.
Lembrar dos avós de Jesus, do exemplo de família dado por ele e por Maria e José, nos ajuda a perceber os valores, os conhecimentos, as experiências a serem seguidas, transmitidas e vividas por nós e pelas gerações futuras.
Num momento em que a sociedade se depara com modelos familiares tão diferentes do proposto por Deus, podemos encontrar, na relação entre netos e avós, subsídios para garantir a existência do ser humano como filhos do céu e não simplesmente como alguma coisa vinda de tubo de ensaio. (Revista Canção Nova, julho de 2009)

(pequena parte da família)
No dia deste mês foi aniversário de 73 anos de minha avó - a Mainha. Assim conhecida porque veio do norte do País, Alagoas, terra que um dia pretendo conhecer.  E no domingo após seu aniversário pude colocar meus olhos atentos naquela almoço: 10 filhos( e uma falecida), 29 netos e 14 bisnetos(incluindo minha filha).
Então percebi em mim a necessidade que tenho de ser e ter uma família. Uma véinha(como eu carinhosamente a chamo) que passou por várias décadas de transformações, e ainda hoje, mantém os olhos focados no futuro, nos bons exemplos, na duas missas semanais, no silêncio experiente de quem tem a sabedoria do tempo.

Sempre doce, amorosa e cheirosa. Atenciosa com cada um dos seus. Sempre comprando ou confeccionando uma lembrancinha para cada um, não esquece nenhum aniversário. Amada e querida pelas noras e genros e por todos que acompanhem seus netos. Assim quero ser. Assim ela vai formando os meus pais, que já reproduzem isso com minha filha.

Avós, ... eu os tenho e minha filha também.

(Vô Ney, Minha Alexia e Vó Benil)
Plagiando uma autora que diz: "... ser avó e avô é ser pais com açúcar...".  Quero ser um dia a vovó Bia, desta família q promove tão bem a vitória do Amor sobre os conflitos e divergências...
Te amo Vó Mainha... Te amo Vó Beniu e Vô Ney (Meus pais)...
Obrigada Senhor...

Influenza A ?!?

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A pandemia de violenza B




Duas pandemias assolam o Brasil de hoje. Uma de origem suína. Outra de origem humana. A primeira tem nomes diferentes. Ora é gripe, ora influenza A. A segunda, um só. É a violência. A doença que vem do porco é causada por vírus. Um micro-organismo difuso, mal conhecido, que se espalha pelo ar e se transmite também pelas mãos. Gosta do frio e dos jovens. Tem marca registrada, H1N1. Vem de fora. Foi importado. Chegou no período da crise econômica em que os brasileiros tinham parado de importar. Venceu o cerco sanitário e instalou-se entre nós.


Já a pandemia de violência que vivemos tem natureza diversa. É a expressão de uma doença social que se expande muito no Brasil. Por ser variante brasileira, deveria chamar-se violenza B. Tem causas conhecidas e se difunde mais facilmente que a gripe suína. Circula livre há muito tempo, já não causa pânico. A sociedade habituou-se a conviver com ela. Ninguém deixa de viajar por conta do risco de ser alvo da violenza B. Nem as aulas têm início protelado para proteger os alunos contra as armadilhas do mal. Tampouco se aconselha as pessoas a evitarem as aglomerações humanas. É como se nenhum risco houvesse.


Da mesma forma que a influenza A, a violenza B gera muito emprego. Os agentes de saúde de uma equivalem aos agentes policiais da outra. As ambulâncias que transportam os cuidadores e as vítimas de ambas são as mesmas. As viaturas da polícia integram o equipamento contratado para fazer o cerco sanguinário à violenza B.


Os hospitais estão superlotados, assim como as unidades prisionais. Mas nem o cerco sanitário nem o sanguinário conseguem conter o avanço das respectivas pandemias. A população há de se adaptar à gripe suína. É questão de tempo. Perderá o medo. Não se emocionará mais com as mortes registradas. Seguirá na automedicação, cujo efeito placebo beneficia o psiquismo e enseja a autoilusão. Assim ocorre com a violência. Ninguém mais se apavora. Instalam-se câmeras ocultas nos prédios, cercas eletrificadas nas casas, contratam-se seguranças e criam-se pit bulls.

A indústria agradece e a violência só cresce. Para as duas pandemias há a perspectiva de uma vacina específica. A porcina está prestes a se tornar disponível. Haverá filas nas unidades de saúde para a imunização em massa. A vacina contra a violenza B tem composição mais complexa. É uma mistura de antígenos da desigualdade social. Aplicada à sociedade, gerará anticorpos capazes de neutralizar a violência. As iniquidades desaparecerão, as oportunidades serão iguais para todos os indivíduos. Talvez por isso não se admita tal vacinação no Brasil, apesar de ser conhecida há muito tempo e de ter eficácia comprovada. Os beneficiários da desigualdade social entendem que a violência a que se expõem é menor que os privilégios de que desfrutam. Rejeitam a vacina. Preferem ações curativas às medidas de prevenção.


A gripe suína tem assustado pelas mortes que provoca. Já são mais de 300 em cinco meses de circulação do vírus nas terras tupiniquins. Preocupa, ademais, as autoridades o fato de que a doença atinge mais diretamente a população jovem, com muitos óbitos entre mulheres grávidas. São as particularidades do novo agente viral que passam a ser mais bem conhecidas. A pandemia de violência não assusta tanto. Está entre nós há décadas. Tem características próprias, todas do nosso conhecimento. Seu alvo preferencial é também a população jovem.


Estudo recente da Universidade Estadual do Rio de Janeiro estima que, mantida a pandemia de violência no país, 33 mil jovens e adolescentes serão assassinados no Brasil até 2012. Ou seja, uma média de 11 mil óbitos por ano. Vale dizer que a violenza B mata bem mais que a influenza A. Mesmo as jovens grávidas são frequentemente vítimas de balas perdidas ou de outras tragédias que tais, repetindo peculiaridade epidemiológica da influenza A.


O Ministério da Saúde tem atuado com afinco para conter os estragos potenciais da pandemia de origem suína. O mesmo não se pode dizer das outras pastas às quais cabe reverter a terrível pandemia de violenza B, de origem humana, que acomete o país. Claro que sozinhas podem pouco. Mas, têm condições de desencadear campanha para a vacinação da sociedade contra as desigualdades geradoras de tanto sofrimento. Caso não adotem a estratégia recomendada, aumentará o número de cidades que optarão pelo toque de recolher para jovens. E as pessoas só deverão sair às ruas com coletes à prova de bala, única máscara com algum efeito protetor contra a violenza B.

(Autor: Dioclécio Campos Júnior, professor titular de pediatria da Universidade de Brasília, UnB e presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria) fonte: Correio Braziliense em 19/08/2009
Editor: Dad Squarisi