Visitantes de web sites ou aplicativos por dispositivos móveis costumam acessá-los no ônibus, no metrô, na fila do banco, na lanchonete do shopping, no aeroporto, e precisam de informações e interfaces adequadas para atender necessidades imediatas.
Apesar da facilidade do acesso à internet pelos smartphones, a experiência de uso das interfaces nestes dispositivos ainda pode melhorar. Pesquisa da Gomez, Inc. divulgada no final de 2009, ainda atual, mostra que a velocidade das conexões à web foi o principal problema de acesso apontado. (3)
Outros motivos para a insatisfação dos usuários:
◊ Sites feitos para a web na tela pequena nem sempre apresentam design que facilite o o uso dos programas.
◊ O conteúdo é pouco adaptado para o uso em movimento, sendo muitas vezes aproveitados diretamente de sites para desktop.
◊ Na tela pequena utilizada em movimento, é comum haver opções demais de serviços. É difícil realizar transações online com formulários, por exemplo, especialmente quando muito longos.
◊ O uso do teclado é feito com poucos dedos, o que torna a escrita mais lenta e imprecisa.
◊ É mais difícil acertar o que se deseja, numa tela com muitos elementos, especialmente elementos pequenos ("dedo gordo")..
◊ O conteúdo demora mais tempo para carregar na tela, pois as velocidades de conexão são mais lentas, o que interrompe a experiência de uso. Além disso, às vezes a conexão cai no meio da ação, o que atrapalha a realização de compras e transações bancárias.
◊ O acesso a uma URL de site móvel retorna uma versão sem opção de acesso à versão web integral. Muitos usuários, mesmo em movimento, gostariam de ver o site integral, e não a versão simplificada.
Experiência do usuário
Rust, Thomson, e Hamilton, realizaram em 2006 diversos testes nos quais solicitaram consumidores a dar notas à utilidade, usabilidade e execução de tarefas em telefones celulares.
Pediram também aos participantes que selecionassem o telefone que gostariam de possuir. A maioria, tanto novatos quanto os mais experientes, preferiu os aparelhos com mais recursos e serviços, mesmo que reconhecessem que afetaria a usabilidade e que talvez nem viessem a usá-los.
Este dado reforça a observação de Dan Norman, especialista em interação entre usuários e dispositivos:
"Simplifique o produto e as pessoas não o compram. Se puderem escolher, vão optar pelo produto que faça mais coisas. Os recursos ganham sobre a simplicidade, mesmo quando as pessoas reconhecem que vêm acompanhados de maior complexidade. Você também faz isto, aposto. Você nunca comparou dois produtos lado a lado, examinou os recursos de cada um, e preferiu o que fazia mais coisas? Não há motivo para vergonha, você está agindo como, bem, uma pessoa normal." (Simplicity is highly overrated, jnd.org)
■ A tendência do mercado de telefonia móvel é lançar a cada dia novos produtos, serviços, funcionalidades para os telefones, gerando aos poucos a demanda do público. No entanto, ainda é necessário aperfeiçoar a usabilidade destes recursos para que sejam aceitos sem idealizações ou ideias pré-concebidas.
■ Para divulgar modelos e práticas de uso de interfaces em dispositivos móveis, empresas líderes de telefonia móvel e internet, como Nokia e Google, estabeleceram um conjunto de melhores práticas para o desenvolvimento de web sites para celulares.
Também o W3C criou um documento em que estabelece fatores a priorizar em projetos de interfaces em ambientes móveis (em W3C Mobile Web Best Practices 1.0).
■ A especificidade do uso da internet pelo celular exige o desenvolvimento de sites especialmente para estes dispositivos, responsivos ou dedicados. Os clientes durante este modo de acesso a mídias digitais têm necessidades e contextos completamente diferentes dos usuários da web criada para desktop. De qualquer modo, é sempre bom prover links para os sites completos, para o caso do usuário precisar de informações/ serviços adicionais.